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História

 

 

A extensa obra arquitetónica onde se situa a nossa paróquia, foi em tempos um grandioso convento que servia de residência a uma congregação religiosa feminina, e composto ainda por uma capela imponente, que atualmente nos serve como local de culto, a nossa igreja.

O convento foi fundado em 1660 por Fernão Cabral, arcediago da Sé de Lisboa, e entregue às religiosas da Ordem de S. Salvador ou Brígidas, como mais vulgarmente são chamadas. As religiosas brígidas, originárias de Inglaterra, chegaram a Lisboa em 1594, fugidas ao cisma de Henrique VIII. Este rei inglês decidiu dissociar-se de Roma em 1534 ao decretar-se rei supremo da igreja inglesa. Henrique VIII entre muitas outras medidas procedeu a duras investidas contra todas as ordens religiosas existentes em Inglaterra, obrigando-as a abandonar o país, e a deixaram para trás tudo quanto possuíam.

As Brígidas chegaram a Lisboa, e instalaram-se primeiro no Mocambo, lugar que atualmente é conhecido por nós como Madragoa. Aqui, as freiras ficaram conhecidas como as Inglesinhas. O Mocambo era um local pequeno onde habitavam maioritariamente negros.

Era uma população demasiado pobre, e que portanto estava mais suscetível a ações humanitárias. Tal como as Brígidas, várias ordens religiosas povoavam o Mocambo. Mas a história desta congregação viria a tornar-se mais grandiosa em 1651, aquando do início da construção das novas instalações, em Marvila, para as religiosas brígidas portuguesas, sob iniciativa da abadessa Madre Brígida de Santo António. O convento e respetiva Igreja foram solenemente sagrados no dia 19 de Março de 1660, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. As obras só ficaram concluídas em 1680, e para elas contribuíram, além de Fernão Cabral, D. Isabel Henriques, patrocinadora do convento, onde mais tarde se recolheu, quando viúva. Ocorreram novas obras nos reinados de D. Pedro II e início de D. João V. O terramoto de 1755 arruinou muito o convento, mas este não cedeu, nem tão pouco a igreja. No final do século a instituição debateu-se com falta de meios, mas teve ainda grandes campanhas de obras.

As ordens religiosas foram extintas em 1832, mas as freiras permaneceram no convento até à sua supressão em 1872, tendo a igreja sido fechada em 1873.

 

Redigido por Pe. Luís Leal

Texto adaptado por: Dra. M.ª do Rosário Santos (Historiadora)

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